Eu nunca
imaginei, mesmo pensando o tempo todo e perdendo tanto tempo pensando, do que
eu mesmo era capaz. Do que eu seria capaz de fazer e as coisas que eu não
contaria a você, por acreditar mais no meu medo do que em mim. Por ter, de
certa forma, dado vazão ao sofrimento, perdendo a razão e a confiança que você
depositava em mim. Me sinto distante, mesmo estando tão perto de você a todo
momento, em cada canto dessa casa, por onde você passa sem olhar pra mim. Mas
eu vejo, no fundo dos seus olhos o que se esconde, talvez uma outra forma de
medo. O medo que por tantos anos temi fazer você sentir. Se eu pudesse fazer
tudo mudar, eu não estaria aqui, mas vejo que agora não é mais a hora de tentar
me redimir. É a hora de mostrar a você quem eu sou de verdade, não no que você
diz terem me transformado. Mostrar a você que o sentimento é mais importante
que essas coisas fúteis e todas essas informações inúteis de quem não se
importa se as palavras vão nos machucar. De hoje em diante, eu prometo fazer
você se orgulhar de mim. O mundo não é tão doce assim pra que possa parecer tão
ruim quando dá vontade de chorar. E não pense que eu cheguei até aqui por não
precisar de tudo o que você fez por mim. Eu preciso do seu abraço, do seu colo,
do seu cafuné, da sua comida, dos seus conselhos... Mais ainda das duas
broncas. Mãe, sou eu, só que um pouco diferente de quem você dizia conhecer.
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